sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Censo do Confea/CREA quer localizar a geração perdida de engenheiros

Até abril de 2012, o sistema Confea/CREA terá atualizado todos os dados dos engenheiros existentes no Brasil, independentemente das especialidades. Com o apoio do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), o Conselho Federal de Engenharia iniciou dia 30 de setembro de 2011 o Censo dos Profissionais da Engenharia. As informações serão coletadas até 31 de dezembro deste ano e o objetivo principal é viabilizar soluções para os gargalos de mão de obra que afetam a área tecnológica no país.

O levantamento servirá para traçar políticas públicas e promover ações concretas de capacitação e reinserção dos profissionais não atuantes no mercado tecnológico. “Queremos descobrir quem está fora do mercado e quer voltar. Por isso, junto com a convocação para a participação dos profissionais, há no site do sistema Confea/CREA um link para a inclusão de currículos. O censo também terá esse viés: de realocar os profissionais onde eles estiverem faltando. Na verdade a gente quer conhecer o universo como um todo, ou seja, não inclui apenas engenheiros, mas arquitetos, agrônomos, técnicos e tecnólogos”, explica Neuza Maria Trauzzola , superintendente de planejamento, programas e projetos do Confea.

A ideia do censo surgiu quando se especulou importar engenheiros para o Brasil, a fim de suprir a demanda. O Confea/CREA, a fim de proteger o mercado para os profissionais brasileiros propôs o censo, que teve o apoio do MDIC e foi elaborado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). “O interesse do censo não é somente para nós, do sistema CONFEA/CREA, mas para o desenvolvimento de políticas públicas junto ao MDIC e junto ao MEC também, para definir se hoje há cursos tecnológicos suficientes para atender o mercado”, diz Neuza Trauzzola.

O acesso ao questionário do censo está disponível nos sites do Confea/CREA (http://www.confea.org.br/) e do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) (http://www.mdic.gov.br/). O Conselho Federal de Engenharia tem cadastrado quase um milhão de engenheiros, arquitetos, agrônomos, técnicos e tecnólogos, mas estima que o número esteja subestimado. “Em décadas passadas, sabemos que muitos profissionais, quando se formaram, ficaram sem exercer a profissão. Agora, com o aquecimento da economia, entendemos que muitos destes profissionais estariam dispostos a retornar ao mercado e realizar cursos de atualização. São estes profissionais desconhecidos que queremos encontrar”, afirma a superintendente de planejamento, programas e projetos do Confea/CREA.

Neuza Trauzzola admite que o censo terá um foco especial sobre a engenharia civil.”É evidente que a gente sempre olha mais a engenharia civil, por causa da parte de infraestrutura, como portos, aeroportos e rodovias, além da área habitacional, mas a demanda do país hoje é por todas as especialidades da engenharia . Na áreas técnicas, o aquecimento é geral”, finaliza.

Entrevistada
Neuza Maria Trauzzola, superintendente de planejamento, programas e projetos do Confea/CREA
Currículo


- Neuza Maria Trauzolla é graduada em engenharia civil pela Escola de Engenharia Mauá (1982) e em direito pela Uniceub (2010)
- Tem pós-graduação e especialização em engenharia de materiais pela Universidade Mackenzie (1997), além de especialização em comunicação publica pelo IESB (2008)
- Possui mestrado em arquitetura e urbanismo pela Universidade Mackenzie (2008)
- Atuou na CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo) na elaboração do Qualihab – o programa de qualidade da cadeia da construção habitacional paulista
- Foi vice-presidente do Instituto de Engenharia, em São Paulo
- Foi gerente de infraestrutura, superintendente de comunicação e marketing e gerente de relações Institucionais do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Confea)
- Foi presidente da Emurb (Empresa Municipal de Urbanização, assessora da Diretoria do Metrô de São Paulo)
- Atualmente ocupa o cargo de superintendente de planejamento, programas e projetos do Confea/CREA
Contato: super.pp@confea.org.br
Créditos foto: Divulgação
Jornalista responsável: Altair Santos – MTB 2330

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Brasil é o 5º maior em energias renováveis

Estudo da ONU mostra o avanço global das energias alternativas. O Brasil é o quinto maior investidor em energias renováveis do mundo, somando em 2010 cerca de US$ 7 bilhões. Os dados foram publicados pela ONU ontem e mostram que, pela primeira vez na história, investimentos mundiais em inovação tecnológica em energias alternativas superaram os investimentos em tecnologia para a energia fóssil. O levantamento mostra ainda que parte substancial da expansão dessas fontes de energia está ocorrendo justamente em mercados emergentes. No total, os investimentos em energias limpas chegaram a US$ 211 bilhões, um salto importante em relação aos últimos anos. Em 2004, por exemplo, o mundo investia apenas US$ 33 bilhões. Em média, a expansão tem sido de quase 40%, enquanto a crise mundial tem freado investimentos em todas as demais áreas. Segundo a ONU, o investimento em fontes alternativas de energia será a única solução para responder ao desafio de abastecer uma população cada vez maior, com demandas cada vez maiores por energia e, ao mesmo tempo, reduzir as emissões de CO2. "Hoje, 1,4 bilhão de pessoas ainda não têm acesso à eletricidade e os cálculos mostram que o mundo terá de dobrar a produção de energia até 2030", alertou Supachai Panitchpakdi, secretário-geral da Conferência da ONU para o Comércio e Desenvolvimento. "Ao mesmo tempo, 89% da energia consumida no mundo ainda vem de fontes fósseis, com altas emissões de CO2."

Por anos, investimentos em energias renováveis foram feitos especialmente por países ricos. Em 2003, por exemplo, de cada quatro dólares aplicados em energia limpa, apenas um vinha de um país em desenvolvimento. Hoje, o mapa mudou. Na liderança dos investimentos não estão os países ricos. Em 2010, foi a China o país que mais apostou em energias renováveis, justamente para tentar superar sua
dependência de petróleo, reduzir a taxa de emissão de CO2 e garantir o abastecimento para seu crescimento nas próximas duas décadas. No ano passado, os chineses somaram investimentos de US$ 49 bilhões.

A taxa superou o volume de investimentos da Alemanha, com US$ 41,1 bilhões. Berlim havia sido o líder nessa área por anos. "Agora, o que estamos vendo é a migração de empresas alemãs de tecnologia para a China, onde o governo investe pesado na nova geração de fontes de energia", disse Panitchpakdi ao Estado. Os EUA aparecem na terceira posição, seguido pelos italianos.
A quinta posição é do Brasil, que somou altos investimentos por causa da aposta em biocombustíveis. Mas a ONU destaca que os US$ 7 bilhões não foram atingidos apenas em um setor. Segundo o levantamento, o País tem feito "importantes investimentos" em parques eólicos e energia solar. No total, o mundo viu investimentos em etanol no valor de US$ 6 bilhões em 2010, incluindo projetos nos EUA, Brasil, Índia e vários outros países.

Liderança 
Hoje, o Brasil investe duas vezes mais em energias renováveis do que todos os 53 países africanos juntos. Entre 2005 e 2010, a capacidade instalada de geração de energia renovável no Brasil aumentou em 42%, uma das mais altas do mundo. Hoje, a energia eólica no País produz 950 MW. Apesar de o número ser apenas uma fração dos 86 mil MW gerados na Europa, o estudo mostra que a aposta do Brasil tem sido acertada. Desde 2007, a energia eólica foi a que mais recebeu a atenção de investidores. Só em 2010, US$ 95 bilhões no mundo foram para essa fonte de energia. A segunda maior aposta é a energia solar, com US$ 26 bilhões. "O sol gera para o mundo volume de energia dez vezes superior a cada dia ao consumo do planeta", disse ao Estado o Prêmio Nobel de Física, Carlo Rubbia. "Não há como ignorar essa fonte de energia no futuro."

Fonte.: O Estado de São Paulo