terça-feira, 29 de julho de 2014

Túnel submerso Santos-Guarujá traz nova tecnologia ao Brasil

Obra com 762 m de extensão utilizará sistema conhecido como módulo imerso pré-fabricado e terá 21 m de profundidade, sem atrapalhar navegação

Por: Altair Santos
O primeiro túnel submerso do Brasil sairá do papel ainda em 2014. A obra, com 1.700 m de extensão, terá um trecho de 761 m sob o estuário entre Santos e Guarujá, no litoral paulista. A licença socioambiental já foi emitida e o empreendimento encontra-se em processo de licitação do projeto executivo. Por causa do período eleitoral, o consórcio vencedor só será conhecido em novembro. Há cinco grupos concorrendo para construí-lo, todos formados por empresas brasileiras e estrangeiras. Países detentores da tecnologia, como Espanha, Holanda, Itália e Coreia do Sul, estão na concorrência.

Nova ligação entre Santos a Guarujá terá 1.700 metros de extensão, dos quais 762 serão submersos.
A construção do túnel será feita com o emprego de uma tecnologia ainda não utilizada no país, conhecida como módulo imerso pré-fabricado. Ela consiste na abertura de uma trincheira no fundo do canal, na qual serão assentadas peças construídas separadamente em uma doca seca. Cada compartimento deconcreto terá 127 metros de comprimento, 35 m de largura e 10 m de altura. Um a um, eles serão rebocados por flutuação até o local de lançamento, onde serão imersos a 21 m de profundidade e fixados aos demais módulos. Esse método evita grandes volumes de escavações.
Para atender toda a extensão imersa do túnel serão construídos seis módulos pré-fabricados. Cada peça, estima-se, receberá 60 mil m³ de concreto, com resistência de 35 MPa. Após curadas, elas serão rebocadas pelo mar ao longo de 35 km para chegar ao local de execução da obra. A opção por esse método construtivo se dá por três razões: tempo de obra, estimado em 30 meses a partir da implantação do canteiro de obras; custo, avaliado em R$ 2,5 bilhões e menos caro do que a construção de uma ponte estaiada ou de um túnel que usasse a tecnologia NATM – método austríaco de escavação, que utiliza as máquinas conhecidas como tatuzões, e por não precisar interromper o tráfego de navios no estuário.
Quando concluído, o túnel submerso Santos-Guarujá, que terá 762 m de imersão e 950 m de rampas, além de 4,5 km de obras viárias em superfície e em viadutos, poderá ser percorrido em um minuto por um automóvel. Hoje a travessia entre os dois municípios se dá através de balsa ou por um desvio que alonga o percurso em 45 km. A demanda atual de transporte de carga na região é feita por 1.900 caminhões por dia, com 200 atendidos pela travessia por embarcações e 1.700 pela rodovia Cônego Domenico Rangoni.

Desenho mostra como será o interior do túnel, com pistas em dois sentidos, ciclofaixa e área de circulação para pedestres.
A tecnologia que agora chega ao Brasil já funciona com sucesso em mais de 150 túneis construídos fora do país. A primeira destas obras foi viabilizada em 1910, para permitir a passagem da Ferrovia Central de Michigan (Michigan Central Railroad), sob o rio Detroit, nos Estados Unidos. Por isso, a perspectiva é de que, a partir do submerso Santos-Guarujá, outros empreendimentos deste tipo sejam construídos. A travessia Vitória-Vila Velha, no Espírito Santo, já é candidata, assim como o trecho Rio Grande-São José do Norte, no Rio Grande do Sul.
Maiores túneis imersos do mundo
San Francisco, nos Estados Unidos (1969) – 5,82 km
Copenhague, na Dinamarca (2000) – 3,5 km
Busan, na Coreia do Sul (2010) – 3,2 km
Roterdã, na Holanda (1966) – 2,85 km
Pulau Seraya, em Cingapura (1988) – 2,6 km
Paraná, na Argentina (1962) – 2,36 km
Boston (Hampton Roads 2), nos Estados Unidos  (1976)    - 2,22 km
Tuas Bay, em Cingapura (1999)    - 2,1 km
Boston (Hampton Roads 1), nos Estados Unidos (1957)    - 2,09 km
Blaye, na França (1978) -1,93 km
Confira o vídeo sobre a construção do túnel Santos-Guarujá
https://www.youtube.com/watch?v=uJUS2JZAMQw
Fonte.: www.cimentoitambe.com.br/tunel-submerso-santos-guaruja-traz-nova-tecnologia-ao-brasil/

quarta-feira, 9 de julho de 2014

Etapas e Sequência de uma Obra, Passo a Passo!

Amigos, para construir ou reformar é preciso conhecer quais são as etapas de uma obra desde a contratação dos projetos de arquitetura até a limpeza final para a tão esperada mudança para a casa nova. Assim, uma obra pode ser dividida em 22 etapas.


Vejam quais é a sequência de execução dos serviços de uma obra:

1. Contratação de escritório de arquitetura: a escolha do escritório de arquitetura deve levar em conta o portfólio do escritório, ou seja, quais projetos eles já realizaram. Não deixe de formalizar essa contratação em contrato.

Macete 01: faça a consulta a vários profissionais porque o custo dos projetos varia muito e não tem um padrão de preços para os serviços.

2. Elaboração de ante-projeto de arquitetura: após a reunião com os arquitetos eles vão desenvolver um ante-projeto para a aprovação do cliente.

3. Elaboração dos projetos: com o ante-projeto aprovado os arquitetos vão desenvolver os projetos de arquitetura, detalhamentos, planta humanizada e 3d;

4. Aprovação do projeto de arquitetura legal na prefeitura: o projeto de arquitetura legal é o projeto que está de acordo com o código de obras do município para aprovação na prefeitura.

Macete 02: Em grandes cidades a aprovação desse projeto pode levar tempo, chegando de 6 a 12 meses, fique atento!

5. Contratação de escritório de projetos de estruturas e instalações: com o projeto de arquitetura definido, faça a contratação dos projetos de estruturas, intalações elétricas, instalações hidro-sanitárias (água fria, esgoto, água quente), telefonia e internet. Peça ao escritório de arquitetura uma indicação para esses projetos.

6. Elaboração do orçamento da obra: etapa muito importante para saber quanto custará a sua obra. Para elaborar um bom orçamento você precisará saber quais serão todos os materiais aplicados. Essa informação estará no projeto executivo. Se você não tiver um projeto executivo, especifique todos os materiais que usará na obra para fazer o orçamento.

7. Elaboração do planejamento da obra: faça um planejamento para a obra. Esse roteiro de etapas ajuda bem como um guia para planejar. Defina o início da obra e distribua o custo nas etapas para você saber quanto custará cada uma delas. Há softwares de planejamento que auxiliam a fazer um planejamento assertivo. Os engenheiros de planejamento também ajudam a determinar quanto tempo vai durar a obra.

Macete 03: o planejamento no papel aceita tudo. Aceita qualquer prazo para as etapas de obra, mas a realidade é outra. Leve em consideração a disponibilidade do dinheiro a ser gasto, a mão-de-obra e a entrega dos materiais.

8. Limpeza e fechamento do terreno: é a preparação para iniciar a obra.

9. Montagem do canteiro ou barracão de obras: monte a estrutura para estocar materiais e os profissionais que vão trabalhar na obra.

10.Serviços de terraplenagem: são os serviços de movimentação de terra. Será necessário aterrar? Será necessário retirar terra do lote?

11. Locação da obra: é a montagem do gabarito de obra e a definição dos eixos para a execução das fundações e, em seguida, as estruturas e paredes.

12. Fundações ou infra-estrutura: são as fundações que vão sustentar toda a casa. São os serviços que vão ficar na terra. Existem vários tipos de fundações. A definição do tipo de fundação leva em consideração o tipo de edificação e o tipo de solo do terreno.

13. Estrutura ou superestrutura: é a sustentação da casa. São os serviços que ficam acima da terra como pilares, vigas, lajes. Podem ser em concreto armado, alvenaria estrutural, ou em aço.

14. Paredes e vedações: é a etapa de execução de alvenarias, chapisco, emboço ou reboco.

15. Cobertura: é a etapa dos telhados. Eles podem ser de telhas cerâmicas, metálicas, fibrocimento, etc.

16. Instalações (elétricas, hidráulicas, gás, telefonia e internet, etc): As instalações são executadas de acordo com o avanço da obra. Devem ser feitas com bastante atenção e cuidado para evitar vazamentos e problemas futuros.

17. Acabamentos e revestimentos: é a etapa de assentamento de pisos cerâmicos, pisos laminados, azulejos. 

18. Esquadrias (portas e janelas): As esquadrias são as portas e janelas. A instalação deve ser bem feita para evitar problemas na abertura das mesmas. Existem vários tipos de esquadrias no mercado. Saiba escolher as que fiquem em mais harmonia com a arquitetura.

19. Forros e pinturas: etapa de acabamento das paredes e tetos.

20. Louças e metais: etapa de colocação de lavatórios, bancadas, box de banheiro, armários planejados, etc.

21. Áreas externas e paisagismo: plantio de grama e cultivo do jardim.

22. Limpeza final: limpeza final de obra. Deve ser feita com tempo e cuidado, olhando todos os detalhes para que fique tudo muito limpo e bonito para receber a família.

Todas as etapas acima vão de acordo com o seu projeto. Algumas delas podem não existir ou serem puladas. O importante é conhecer as etapas e saber que construir demanda tempo, dinheiro e energia do casal.

Não pense em fazer tudo sozinho, contratar um pedreiro e começar a construir. A falta de conhecimento em construção só traz transtornos, problemas, atrasos, mal gosto e prejuízo.

Contrate profissionais especializados da área para elaborar os projetos, planejar, orçar e executar a obra. Você terá economia de tempo e dinheiro, qualidade, segurança e bom gosto. 

Não pense que isso é um custo a mais.

Fonte.: http://www.pedreirao.com.br/geral/etapas-e-sequencia-de-uma-obra-passo-a-passo-3

Escora ou estaca? Tanto faz

Dionyzio A. M. Klavdianos
Vice-presidente do Sinduscon-DF
Diretoria de Materiais, Tecnologia e Produtividade (Dimat)

"@gpoli: O Brasil seria um lugar mais legal se 1/10 da indignação por um lance de futebol fosse guardada para os derrubadores de viaduto."

O enredo natural: energia concentrada para tratar de prazo de obra, a mercê, muitas vezes, mais de critérios políticos do que técnicos e de preço com o TCU, obra é mais um detalhe.

Sim, mais um detalhe! Do contrário, o viaduto não ruiria provocando mais uma tragédia nacional, envolvendo obras pública. Todavia, não nos preocupemos tanto em melhorar nossos projetos ou procedimentos de obra, afinal, o que aspira o jornalista Gustavo Poli é bem utópico por aqui.

Sintomático que seja obra relacionada às linhas exclusivas para ônibus rápido, solução incompleta de mobilidade urbana, que, quando não é concluída no prazo, é concluída de forma inadequada.

A propósito, jornais importantes do país continuam cobrindo mal os eventos de engenharia. No caso do viaduto, um deles trocou "escoras" por "encostas". Teria sido esta uma das causas?

Sustentabilidade: Agora que o viaduto será demolido, vão aproveitar o entulho na sua reconstrução. Assim, teremos uma "obra sustentável".

A boa notícia é que a prefeitura divulgou nota em que deixa claro entender que deve dividir a responsabilidade pela tragédia juntamente com a construtora e a equipe de fiscalização. Correto! Cabe à fiscalização, que recebe salário pelo trabalho, manter-se atenta à qualidade da obra. Notadamente, estas que têm forte viés político e, muitas vezes, sofrem com interrupções prolongadas, seguidas de correria desmesurada para cumprimento de prazo.

Por fim, a queda deste viaduto me lembrou o ocorrido, a cerca de três anos atrás, aqui em Brasília, quando (por coincidência macabra) um fiscal de obras da administração pública foi atingido por um pedaço de concreto, que se desprendeu de um viaduto em reforma (ou em deterioração, não me recordo bem), no exato momento em que passava como passageiro de um veículo por debaixo da obra e vindo a falecer.

Na dúvida, ao passar por baixo de um viaduto, acelere!